A relação entre armadores e agentes de carga é fundamental para a movimentação de mercadorias ao redor do mundo.
No entanto, nos últimos anos essa relação vem sofrendo mudanças significativas. Com o avanço da tecnologia e o aumento da concorrência, os armadores têm buscado estabelecer relações diretas com os embarcadores. Deixando os agentes de carga, desse modo, em segundo plano.
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Nesse contexto, surge a questão: como será o futuro dessa relação? Será que os agentes de carga ainda terão um papel relevante no processo de transporte de mercadorias? Esse texto irá explorar os desafios e as oportunidades que surgem nesse cenário. Além disso, discutir possíveis caminhos para o futuro da relação entre armadores e agentes de carga.
O que são armadores e agentes de carga?
Antes de discutirmos a relação entre armadores e agentes de carga, é importante entender o que cada um deles faz.
Armadores são proprietários de navios ou empresas que operam navios para transportar mercadorias em todo o mundo. Eles são responsáveis pela manutenção, tripulação e operação dos navios.
Agentes de carga, por outro lado, são intermediários entre os armadores e os clientes que desejam enviar mercadorias. Eles ajudam os clientes a encontrarem o melhor serviço de transporte para suas necessidades e coordenam o envio de mercadorias de um lugar para outro.
Ademais, são responsáveis por gerenciar a logística do transporte e garantir que as mercadorias cheguem ao seu destino final com segurança e eficiência.
Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/aerial-photography-container-terminal_15220926.htm
Por que existe uma competição entre armadores e agentes de cargas?
A competição entre armadores e agentes de carga é oriunda de um mesmo objetivo. Ambos investem fortemente em tecnologia, possuem sólidos conhecimentos em logística internacional e, além disso, oferecem esses recursos almejando lucro e vendas aos mesmos compradores.
Escolher entre armadores e agentes de carga é uma atitude muito particular porque está totalmente condicionada às necessidades e demandas especificas de cada comprador.
Para ter clareza e ser assertivo nessa escolha é necessário que o comprador tenha disposição e interesse de buscar formas e recursos. Afinal, isso permitirá entender o que cada um realiza e pode oferecer. Contudo, essa tarefa deve andar alinhada ao entendimento de qual é a demanda e a necessidades que se têm.
Relação de parceria ou rivalidade entre armadores e agentes de cargas?
Essa é uma pergunta cuja resposta pode ser dinâmica. Ambas as situações podem ocorrer entre as relações de armadores com agentes de carga e vice-versa.
O fato que condiciona essa resposta é por quão rival ou parceira será a relação entre armadores e agentes de carga, o que depende do momento de mercado e do próprio momento interno de cada um deles.
Sendo assim, em alguns momentos em que o mercado local é turbulento ou desconfiado com novos entrantes ou com companhias estrangeiras, a relação entre armador e agente de carga pode ser de parceira, isso porque o armador quer vender o serviço de transporte e o agente quer lucrar sobre uma mediação na qual sabe que as duas partes interessadas (armador e exportador ou importador) não conseguirão manter um diálogo.
O contrário também é verdadeiro, situações em que o agente de carga – devido ao seu conhecimento local ou facilidade de comunicação – tem uma demanda vultuosa de seus clientes somados – de forma que esses clientes, individualmente, não são atrativos para o armador -, a relação entre agente de carga e armador pode ser de parceria.
O oposto às situações citadas acima, resultando em rivalidade, também são comuns.
Quando, por exemplo, os principais mercados globais estão em recessão, quando há impactos por decisões políticas ou conflitos militares, a busca por clientes se torna, obviamente, mais difícil e então a competição entre as companhias que fornecem o mesmo serviço ou material tendem a ser mais acirradas.
Fonte: https://www.freepik.com/free-photo/covid-19-global-economic-crisis_11071689.htm
Operação Door to Door feita por Armadores
Os armadores vêm se comprometendo cada vez mais com a satisfação de todas as necessidades dos seus clientes. Isso quer dizer que atividades como a de despacho aduaneiro, que normalmente é realizada por um despachante, é um serviço também ofertado pelos armadores recentemente.
Isso é apenas um exemplo das iniciativas que os armadores estão dispostos a realizar para deixarem de ser vistos apenas como um transportador marítimo. Em contrapartida, passam a ser vistos como uma empresa de soluções logísticas profissional.
Para isso, várias iniciativas de M&A (Merge & Acquisitions) foram realizadas por armadores nos últimos anos, um exemplo recente é a aquisição que o armador dinamarquês Maersk fez do agente de carga global alemão Senator International. Movimentos como esse são normais em todos os setores da economia, aqui, contudo, podemos entender os motivos de tal atitude.
Fusões importantes
Nesse sentido, as iniciativas de fusões entre armadores e agentes de carga vêm modelando o nível de serviço de soluções logísticas. Contudo, vem igualmente reduzindo o nível de concorrência nas regiões.
Exemplos são as transações entre o agente de carga dinamarquês DSV e o kuwaitiano GIL Agility, entre o armador francês CMA-CGM e a chinesa Evergreen, assim como, no passado, a alemã Hamburg Sud e a brasileira Aliança etc.
Ocean Alliance
Após uma onda de consolidação no setor de serviços logísticos global entre 2016 e 2017, as seis principais companhias marítimas – que juntas detêm mais de 70% da capacidade global de transporte marítimo – se consolidaram em três alianças operacionais, a 2M – entre MSC e Maersk; a The Alliance – entre Hapag Lloyd, NYK, Yang Ming, MOL, K-Line e HMM; e a Ocean Alliance – entre CMA-CGM, Cosco Group, OOCL e Evergreen.
Sobre a Ocean Alliance, especificamente, ela tem a intenção de garantir para as quatro da aliança – que estão entre as 10 maiores companhias marítimas -, a participação na aliança marítima mais expansiva do mundo por capacidade atualmente, isso em um momento em que novos entrantes buscam se inserir no mercado global com voracidade.
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/barco-de-agua-branca-753331/
Quais são as tendências futuras na relação entre armadores e agentes de carga?
O futuro da relação entre armadores e agentes de carga é incerto, mas há algumas tendências que estão se tornando cada vez mais claras. Uma tendência é o aumento da automação e digitalização da indústria de transporte marítimo. Plataformas digitais e inteligência artificial estão tornando o processo de envio de mercadorias mais eficiente, o que pode levar a uma redução na demanda por agentes de carga.
No entanto, a necessidade de gerenciamento de logística e coordenação de transporte não vai desaparecer completamente.
Alguns especialistas acreditam que a relação entre armadores e agentes de carga pode evoluir para uma parceria mais colaborativa, com os agentes de carga fornecendo serviços de valor agregado, como gerenciamento de estoque e acompanhamento de envios.
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A tecnologia está mudando rapidamente a indústria de transporte marítimo, o que pode levar a mudanças na relação entre armadores e agentes de carga no futuro. No entanto, é provável que a necessidade de gerenciamento de logística e coordenação de transporte continue, e a relação entre eles evolua para uma parceria mais colaborativa.
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