Sem tempo? E você já tentou ser mais sucinto?

Meu gosto pela escrita começou aos 14 anos, quando adentrei no virjão hobby de jogar RPG.

Esse mesmo que você está pensando, a turma ao redor da mesa com diversos livros, lápis, papel, dados com formatos esquisitos, dieta baseada em salgadinho, bolacha recheada e refrigerante, contando e vivendo histórias com dragões, elfos, anões, castelos, bolas de fogo…

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O Banguela é o melhor.

Mesmo sendo uma excelente atividade para manter distantes as moças que faziam meu coração disparar, ela foi responsável pelo desenvolvimento do meu hábito de escrever, que por consequência desenvolveu meu lado criativo, sucinto, informativo, dramático… Pretendo no futuro falar mais sobre isso.

Acredito que o RPG tenha me ajudado a desenvolver a base necessária para sobreviver à época que mais destrói a escrita criativa que existe em cada um de nós:

O ensino superior

O presente trabalho é dissertativo, deve possuir no mínimo 6 laudas, fonte Arial, tamanho 11, justificado, conforme as normas da ABNT, opiniões devem ser expressadas APENAS por citação.

São tantas regras podando nossa criatividade, nos acostumando a copiar a ideia de outros, encher de citações, fazer textos gigantes, repetir palavras técnicas e difíceis para demonstrar domínio no assunto, enquanto o que deveria servir para ensinar, tem a finalidade única de conseguir uma boa nota… Além dos malandros que plagiam e outros que desenvolvem a arte de enrolar para atender o número mínimo de páginas.

E mesmo não gostando, acabamos levando essa metodologia acadêmica para o trabalho, pois queremos compensar nossa falta de experiência prática demonstrando um pseudo conhecimento acadêmico.

Consequentemente, essa comunicação complexa e morosa nos e-mails, slides de PowerPoint e até conversas de WhatsApp se torna cansativa e se ninguém for legal o bastante com você para lhe dar um feedback, corre o risco de acabar tornando um hábito que lhe garantirá a fama de Textão (como contei no meu artigo Alguns tipinhos do comércio exterior que precisamos lidar).

Por que é importante ser sucinto?

Nossa atenção está sendo solicitada a todo tempo, seja quando estamos de boa em casa conferindo a timeline ou ao chegar no trabalho e decidindo qual e-mail será respondido primeiro.

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Ser sucinto é respeitar o tempo do outro.

O assunto do seu e-mail ou título de artigo podem ter conseguido atrair o leitor, porém, se ao abrir, o destinatário se deparar com um conteúdo similar ao que ele teve que produzir e ler na faculdade, seu e-mail será ignorado ou, na melhor das hipóteses, procrastinado.

Como produzir um conteúdo sucinto?

Expressar-se em poucas palavras é uma arte, o medo de sermos incompreendidos nos faz exagerar nas explicações e exceções, o que nos conduz ao grave erro de fugir do assunto principal e não conseguir entregar a mensagem.

Pegue leve nas palavras pomposas.

Esse foi um dos motivos que me levaram a escrever, os textos de comércio exterior são predominantemente chatos e os lemos apenas pela obrigação que temos de nos manter informados, foi quando eu pensei:

”Acho que posso fazer diferente, não é possível que a leitura precise ser um fardo para ensinar.”

Existem assuntos em que não podemos fugir de certos termos técnicos, mas estes não precisam ser a regra dos nossos textos e muito menos devemos nos expressar como uma novela de época da Globo.

E, por favor, tenha a empatia de se expressar de acordo com as condições de entendimento do seu público ou cliente, desdenhar isso faz de você um babaca.

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O simples é belo.

Deixe a mente do leitor respirar.

Aprendemos no livro O Poder do Hábito que nossa mente busca gastar o mínimo de energia possível para executar qualquer tarefa e um texto pode colaborar nessa economia.

A mente precisa ”respirar” para absorver o que está lendo, e essa inspiração mental ocorre entre os parágrafos curtos e que variam o tamanho, nas vírgulas, subtópicos e também nas partes em negrito para reforçar algo importante acerca do assunto.

Os parágrafos curtos e médios são incríveis para te pressionar a dividir suas ideias e abordá-las sucintamente.

Como isto aqui é um artigo, utilizo também de imagens e citações para que você se mantenha atenta(o) ao que está lendo.

Solicite ajuda.

Não podemos esperar “auto-imparcialidade” na avaliação de nosso próprio conteúdo, tampouco que o autor se manifeste por conta própria sobre seu próprio trabalho – este não é um caminho rápido (principalmente se estiver ruim).

Não há segredo, peça que alguém leia seu texto antes de enviar ou publicar, não precisa ser alguém formado em Letras, basta que seja um leitor frequente. Quem lhe ajudar, notará erros e vícios de linguagem que podem ser invisíveis para você que escreveu.

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Só não vá ficar de papagaio no ombro de quem for ler.

Adiante o assunto pelo telefone.

Uma prática comum entre os profissionais do comércio exterior, quando tiver que mandar um e-mail textão/bomba/treta impossível de ser sucinto (o que é comum em nosso segmento), ligue antes para a pessoa que precisará responder, pois ao adiantar o assunto a pessoa:

  • Entenderá que é importante responder logo;
  • Estará com a mente preparada para encarar o textão; e
  • Evitará falhas de comunicação pois, quanto maior o texto maiores as chances de ser incompreendido.

E como a ideia é ser sucinto, termino por aqui.

 

Quem é o Jonas?

É um cara que trabalha há mais de onze anos com comércio exterior, importação e continua apaixonado pela falta de rotina que essa vida tem! Aliando seu amor pela escrita, desenvolve de forma simples e bem-humorada, pois a leitura não precisa ser um fardo para ensinar.

E o que começou como hobby, rendeu a oportunidade de escrever e palestrar para empresas do ramo como Cheap2ship, Cronos, DC Logistics, Amtrans, Fazcomex, Logcomex, entre outras.

Quando não escreve, pratica artes marciais, enfrenta sua eterna sua pilha de livros, joga vídeo game desde o Atari e também curte ajudar os outros profissionalmente, seja trocando uma ideia ou com soluções para quem está em apuros.