Como a crise econômica global interfere no comércio exterior brasileiro?

A pandemia de Covid-19 causou uma crise econômica global, desestabilizando economias mundiais e afetando diversas áreas, como a agropecuária e os setores automobilístico e alimentício. Os resultados comprovaram a vulnerabilidade do comércio exterior às oscilações do mercado internacional que interferem nas relações dos países e na balança comercial.

Neste artigo, vamos trazer os cenários pré e pós-pandemia. Além disso, vamos entender os seus principais impactos e quais as expectativas para o futuro da economia brasileira no comércio exterior.

Situação econômica global

A situação econômica global tende a piorar de acordo com as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) no começo de janeiro, que indicaram em 1,9% a taxa de produção mundial para 2023. Essa previsão gerou choque no mercado, visto que essa taxa de crescimento é uma das menores das últimas décadas.

Alguns dos fatores que influenciaram nas previsões da ONU são a crise pós-pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a crise alimentar e energética. Estes cenários resultaram em alta da inflação, gasto com dívida e emergência climática, impactando o crescimento em 2022.

Assim, para contextualizar os períodos pré e pós-pandemia, vamos traçar o panorama histórico para vocês, leitores, compreenderem os principais aspectos envolvidos em cada etapa.

Cenário econômico pré-pandemia

O cenário pré-pandemia era de desaceleração, considerando o sistema capitalista em que grandes partes das economias mundiais estão inseridas. Esse fato é comum e tem ligação direta entre demanda e oferta do mercado. Em outras palavras, é quando as empresas precisam reduzir a produção para equilibrar os preços frente ao mercado internacional.

No Brasil, além da crise econômica global que a população vinha sofrendo, existia uma forte oscilação política e social, que contribuía para o aumento do desemprego, bem como a desvalorização do real, instabilidade política frente às demais nações e polarização.

Em contrapartida, a China e Estados Unidos fizeram uma maior aproximação junto ao Brasil, tornando-se parceiros comerciais de destaque em 2019. Consequentemente, as transações comerciais entre Brasil e China aumentaram: foram exportados US$ 62.871,652,107 e a importação apresentou US$ 35.270.400,750 (valores FOB).

Por outro lado, com os Estados Unidos, a balança comercial permaneceu estável, tendo o Brasil exportado US$ 29.560,580.499 e importado US$ 30.086.105.189 (valores FOB).

Vale ressaltar que o sucesso do balanço comercial de um país depende de muitos fatores, ou seja, ele não fica somente interligado aos indicadores econômicos. Ao contrário, este índice também varia conforme acordos comerciais são firmados e demais comunicações políticas são realizadas entre os países.

Um exemplo foi a guerra econômica em 2019 iniciada pela China e Estados Unidos. Neste cenário, os Estados Unidos suspenderam as importações de equipamentos e produtos agrícolas para a China. Assim, mediante a crise desencadeada, o Brasil se beneficiou, ao poder entrar na disputa para se tornar o principal fornecedor de grãos para os chineses. Entretanto, este conflito foi solucionado, pouco antes da explosão da pandemia em 2020.

Cenário econômico pós-pandemia

O cenário pós-pandemia é de instabilidade econômica e política. Os países voltaram aos poucos às suas atividades. Contudo, é notória a diminuição da produção mundial, além da manutenção de restrições no comércio exterior.

Assim, espera-se que a retomada das economias seja mais lenta, considerando que passamos pela crise humanitária da Covid-19 e que ainda temos impactos da guerra entre Ucrânia e Rússia, que causaram oscilações altíssimas do preço dos combustíveis.

Diante disso, a resposta do mercado a uma crise econômica global não poderia ser diferente. Com retração do poder de compra, houve uma queda de consumo, e consequentemente, de produção. Assim, cresceu o alerta para o aumento da desigualdade e para a perda de coesão social, com maior impacto no desemprego principalmente para mulheres e trabalhadores com menor índice de escolaridade.

No momento, o Brasil está enfrentando maior dificuldade no combate ao desemprego, à pobreza e ao fechamento de empresas. A imprevisibilidade gerada pela pandemia e as medidas de isolamento social decretadas pelos governos locais e pela Anvisa impactaram muitos negócios, que acabaram tendo grandes prejuízos e não conseguiram passar por um processo de reestruturação econômica.

Infelizmente, os reflexos da pandemia tiveram um efeito devastador, diminuindo a produção da indústria nacional, e gerando perda de empregos e crescimento de problemas sociais. Por outro lado, algumas empresas aproveitam o momento e colocaram em prática o home office como alternativa para continuar atuantes, investindo na digitalização de processos, serviços personalizados e utilização da inteligência artificial.

PIB brasileiro

O Produto Interno Bruto (PIB) é um índice econômico de produção nacional, estadual e municipal, que soma todos os bens e serviços finais produzidos.

Portanto, é válido dizer que o PIB somente vai indicar os bens e serviços novos produzidos em um determinado período.

Dessa forma, existem duas linhas de raciocínio que o cidadão comum pode interpretar desses dados. Um deles é que quando o PIB está alto, o país vai bem, pois ele está crescendo. Por outro lado, quando o PIB está mal, significa que está havendo diminuição do crescimento.

Segundo o Fórum Econômico Mundial, as mudanças climáticas possuem impacto direto no crescimento do PIB do mundo, tendo como margem de participação de riscos de 4% da produção econômica. Em virtude disso, é seguro dizer que o crescimento econômico deve ser realizado de forma inteligente e sustentável, com o objetivo central de preservar o meio ambiente.

Um exemplo de setor econômico com impacto considerável no meio ambiente é o agropecuário, conhecido como um dos principais emissores de gases do efeito estufa. Suas atividades aceleram as mudanças climáticas e prejudicam, gerando um efeito cascata. As consequências climáticas podem ser divididas em eventos extremos (como vendavais, chuvas intensas e oscilações de temperatura) e eventos acumulativos (secas prolongadas e temperaturas limitantes por longos períodos).

Infelizmente, ao longo dos anos, essa situação agrava-se ainda mais, prejudicando o desenvolvimento dos países e meio ambiente. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, essas mudanças climáticas podem causar a perda de 4% da produção econômica mundial até 2050, com impactos no aumento do nível do mar, ondas de calor, secas e temperaturas regulares.

Como a crise econômica global interfere no comércio exterior brasileiro?

Como se sabe, a partir da globalização, os países passaram a realizar cada vez mais transações comerciais entre si, para atender suas demandas internas. Então, com as cadeias logísticas mundiais interligadas, podemos afirmar que qualquer crise, seja ela econômica, energética ou na cadeia de suprimentos, sentida em algum país certamente irá impactar a economia brasileira e global.

Por isso, a seguir vamos citar os principais problemas causados por uma crise econômica global no comércio exterior brasileiro.

Inflação no preço dos alimentos e energia

Estima-se um crescimento nos preços de alimentos e energia. Considerando que, no ano passado, a inflação ficou em torno de 5,8%, segundo o IBGE, é possível que os consumidores sintam impactos na economia nacional, principalmente em alimentos e bebidas.

Esse fato comprova que a instabilidade nas necessidades básicas, como alimentos e energia, está diretamente relacionada à recessão econômica, desvalorização do real e instabilidade interna do país.

Conflitos armados

A crise entre Ucrânia e Rússia parece não ter prazo para terminar. Enquanto isso, o mercado continua sofrendo os efeitos desses conflitos armados, com a volatilidade dos preços da gasolina e gás natural.

Vale ressaltar que, antes do início do conflito, a Rússia tinha 40% de parcela de representatividade na distribuição de gás natural para Europa, quando decidiu cortar o fornecimento, para enfraquecer o apoio à Ucrânia.

Em contrapartida, a Europa buscou como alternativa o gás natural liquefeito (GNL). O clima e os esforços realizados ajudaram a população europeia a passar pelo inverno sem grandes crises. Contudo, com a recuperação da China, a oferta de GNL ficará mais difícil e com preços altos.

Situação de extrema pobreza em muitos lugares do mundo

Uma crise econômica global afeta as mais variadas economias ao redor do mundo. Entretanto, ela ganha mais força e atinge em cheio os países mais pobres, fazendo com que a balança fica mais desequilibrada.

De acordo com o estudo do Banco Mundial, a crise atual trouxe a dura realidade ao mundo, comunicando que dificilmente a pobreza extrema será erradicada até 2030, se não houver um crescimento econômico que altere drasticamente a histórica dessa última década.

Através desse estudo, ficou claro que a pandemia causada pela Covid-19 desfez grande parte dos esforços dos países no combate à pobreza. Além disso, com a guerra na Ucrânia e Rússia, essa situação ficou ainda pior.

O relatório Poverty and Shared Prosperity forneceu a primeira análise do cenário após os efeitos da pandemia. Nele foi estimado que em torno de 70 milhões de pessoas foram levadas à pobreza extrema durante a pandemia em 2020. Esse fato foi superior a qualquer outro ano de pesquisa realizada desde 1990. Assim, aproximadamente 719 milhões de pessoas sobreviveram com menos de US$ 2,12 por dia no ano de 2020.

Em resumo, será necessário um trabalho árduo de todos os países nos próximos anos, aumentando os investimentos nos setores de saúde, educação, serviços públicos e industrial. Considerando as dificuldades enfrentadas durante a pandemia, os governos devem optar por utilizar os seus recursos de forma mais eficaz e eficiente.

Problemas de ordem climática

O ano de 2023 vem demonstrando que os países estão buscando focar mais no combate aos problemas climáticos. Na reunião anual das Conferências das Partes (COP), os principais esforços em pauta foram a redução da utilização de carvão pela África do Sul e Indonésia e a redução das emissões de metano.

Essas ações implicam que os países busquem outras alternativas sustentáveis de negócios e para produção e comercialização de seus produtos, já que as velhas táticas não podem ser mais empregadas, se o objetivo for a preservação dos recursos naturais e meio ambiente.

A Cheap2ship acompanha os movimentos do mercado global

As mudanças sofridas nos últimos anos no comércio exterior impactaram diretamente as balanças comerciais dos países. Consequentemente, o mercado percebeu grandes oscilações, tanto nos preços altos de fretes e falta de espaço nos navios e equipamentos, quanto no enfraquecimento da cadeia logística, com os constantes fechamentos das principais cidades e portos da China.

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