Profissionais do comércio exterior têm notado os efeitos da crise logística recentemente. Importadores se deparam com o crescimento de vários custos, incluindo o preço do frete internacional.
O processo de importação exige planejamento e acompanhamento daquilo que acontece não apenas no Brasil, mas também no mundo.
No cenário atual, é importante consultar com frequência os valores de fretes praticados para as mais diferentes rotas.
Como o frete internacional está incluso no custo das importações, deve-se entender as taxas aplicadas no mercado.
Acompanhe o texto a seguir e conheça mais sobre os diferentes tipos de cobrança e o que pode influenciar no preço final a ser pago pela sua empresa.
Qual é o valor de referência do frete internacional?
Era início de 2020 e a pandemia começava a se espalhar pelo mundo, dando o pontapé inicial de uma das piores crises no setor logístico mundial. Neste período, houve uma queda no valor dos fretes spot, chegando a US$ 400 por contêiner de 40 pés.
Logo em seguida os períodos de suspensão da produção, que se iniciaram na China e se estenderam a outros países, atingiram os serviços de transportes. Assim, quando a produção retomou as atividades, o cenário era de alta demanda por produtos e matérias primas.
Por conseguinte, nesse contexto, os serviços de transporte sofreram um aumento nos fretes. Nos últimos meses, o mercado se deparou com frete internacional de contêiner próximo a US$ 10 mil.
Este valor está cerca de sete vezes mais alto do que o valor praticado no período anterior à pandemia de Covid-19.
Muitos fatores externos contribuíram para essa majoração, como explicaremos a seguir.
O que compõe o preço do frete internacional?
O frete é definido no começo das negociações, com a escolha do INCOTERM (Termos Internacionais de Comércio) e do modal.
Portanto, são consideradas as características da mercadoria a ser transportada, como o volume e o peso. O cálculo será feito com base na variável que for maior entre os dois.
Isso significa dizer que o frete pode ser calculado por tonelada (peso) ou metro cúbico (volume).
Além disso, o tipo de contêiner, os locais de embarque e desembarque e o prazo de entrega também são considerados nesse cálculo. Particularidades da carga igualmente influenciam no preço do frete internacional.
Cargas muito frágeis ou com prazos de validade curto tendem a ter fretes mais altos, pois exigem rapidez na entrega para evitar danos ou perdas.
Leia também: O que compõe o frete internacional marítimo e aéreo?
Modal Marítimo
A cobrança pode ser feita de duas formas, de acordo com as movimentações:
- FCL (Full Container Load): contêiner com sua ocupação total;
- LCL (Less than a Container Load): contêiner com ocupação parcial.
Calcula-se o frete marítimo a partir de uma taxa básica, que varia de acordo com o peso ou volume da carga. A variável escolhida para o cálculo será a que dará maior lucro ao armador.
Existem outras taxas e sobretaxas que podem ser incluídas no preço do frete marítimo internacional, tais como:
- bunker surcharge (adicional de combustível);
- heavy lift charge (mercadorias com excesso de peso ou que exijam manuseio especial);
- extra lenght charge (taxa para mercadorias de grande volume);
- currency adjustment factor: (fator de ajuste cambial).
Modal Aéreo
O valor do frete aéreo é composto pelo transporte da carga entre o aeroporto de origem e o aeroporto de destino.
Os preços são estabelecidos de acordo com as regras da IATA (International Air Transport Association). A partir dessas regras, as companhias aéreas compõem faixas de peso de mercadorias e determinam os preços dessas faixas.
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Por exemplo, uma companhia pode aplicar uma taxa fixa para cargas de até 45kg; outra taxa para cargas de até 100kg; uma terceira para cargas de até 200kg e assim por diante.
Além desse cálculo, a IATA permite que se cobrem algumas tarifas, de acordo com a rota, o trajeto e os custos. Algumas dessas tarifas são:
- tarifa mínima: valor mínimo para mercadorias com pesos menores;
- tarifa geral: aplicada a partir de faixas, de acordo com os pesos das cargas. Quanto maior o frete, menor será a tarifa;
- tarifa classificada (class rates): tarifa que pode aumentar (no caso de itens de alto valor agregado, cargas perigosas ou animais vivos) ou reduzir (produtos de interesse social) o percentual na tarifa geral;
- tarifa ULD (unit load device): tarifa aplicada nas cargas unitizadas.
Fatores que impactam o preço do frete internacional
De modo geral, o valor do frete pode ser ajustado de acordo com a necessidade do cliente. Porém, graus de periculosidade e unitização da carga são fatores que podem influenciar no valor final.
Aspectos comerciais também podem fazer a diferença no valor. Neste caso, são considerados a forma de pagamento e de contrato do transporte.
Certamente também estão nesta lista a distância a ser percorrida e a localização de portos ou aeroportos próximos.
A seguir listamos fatores externos que têm impactado o preço do frete atualmente.
Lockdown na China
A pandemia da Covid-19 trouxe grandes impactos para o mercado internacional. Os longos períodos de isolamento impostos na China influenciaram negativamente na cadeia produtiva global.
A paralisação de navios cargueiros, reflexo do lockdown, provocou escassez na oferta de contêineres. Assim, como resultado, o mundo se deparou com o aumento no valor do frete internacional.
Os períodos de lockdown na China ainda têm causado altos índices de queda na produção, gerando escassez de produtos, o que provoca aumento no custo do frete.
De igual modo, a dependência mundial do mercado chinês influenciou no aumento do preço do frete internacional.
Afinal, a alta procura e a escassez de produtos e de contêineres contribuíram para que os custos de frete subissem ainda mais.
Congestionamentos portuários
Os períodos de paralisação no país asiático postergaram muitos embarques de mercadorias. A China é um grande fornecedor mundial e os impactos na cadeia produtiva refletiram nos envios dos produtos para os demais países.
O lockdown atrasou os envios e, conforme a situação se normalizava, os portos passaram a receber cada vez mais as mercadorias que deveriam ter sido enviadas semanas ou meses atrás.
Conforme as empresas chinesas desafogavam os despachos e destinavam os volumes para o exterior, os portos começaram a ficar sobrecarregados, enfrentando dificuldades para escoar a alta demanda.
Consequentemente, esse desafio em embarcar produtos tem provocado atrasos nas saídas dos navios. Assim, quando acompanhamos as programações, é muito comum notarmos que houve um ou dois dias de atraso na saída, em decorrência das grandes filas de embarcações no porto.
Conflitos armados entre Rússia e Ucrânia
A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe reflexos no preço do petróleo. Ao longo desse ano o barril já apresentou alta. O conflito também fez subirem as cotações do dólar e do euro e aumentou os índices de inflação.
Além desse impacto, rotas que passam pela Ucrânia sofreram desvios para outros países para tornar possível o transporte de mercadorias.
As mudanças de rotas também contribuíram para o aumento dos custos e dos prazos de entregas dos produtos, uma vez que os trajetos são mais longos do que os utilizados habitualmente.
Com maiores prazos, muitas empresas enfrentaram períodos de escassez de mercadorias e insumos, além de sofrerem com os altos valores de fretes praticados diante da situação atual.
Instabilidade do preço do combustível
O transporte marítimo vem encontrando dificuldades com o valor do preço do combustível que abastece as embarcações. A ABAC (Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem) calcula que o combustível represente cerca de 60% dos gastos atualmente.
O combustível é cotado em dólar e sofre oscilações todos os dias, pois acompanha as variações do mercado internacional. Em períodos atípicos como o que estamos vivendo, existem outras situações que causam impacto, como o fechamento dos portos na China.
As interrupções no fluxo logístico diminuíram a procura por bunker, que é a sobretaxa de combustível. Assim, uma porcentagem do bunker incorpora o valor do frete básico para garantir que sejam recuperados os custos de combustível gerados devido à movimentação de mercadorias.
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Com as paralisações houve acúmulo de combustível no mercado e, portanto, a produção diminuiu.
Assim, quando as embarcações voltaram a operar, a demanda aumentou muito e não havia combustível suficiente para atender todo o mercado. Com muita procura, o valor do combustível disparou, elevando também o preço do frete internacional.
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