O elo operacional de Transporte consome 2/3 dos custos logísticos nas empresas, tendo assim uma grande relevância financeira. Para otimizar os custos existem várias oportunidades neste segmento, através do estabelecimento de uma base de entendimento no e-commerce, um dos desdobramentos para esta gestão financeira pode ser o frete, a cubagem, etc.
Contextualizando o entendimento antes de seguirmos com o assunto do artigo, vou deixar clara a diferença entre:
=>IN BOUND – são todos os insumos que os fornecedores levam para dentro da Cadeia de Suprimentos das fábricas/empresas;
=>OUT BOUND – são todos os produtos acabados e produzidos que são distribuídos e saem da Cadeia de Suprimentos das fábricas/empresas para os atacadistas/varejistas.
Visto isso, poderemos iniciar o nosso bate papo sobre o assunto do artigo. Todos prontos? Vamos juntos!
Como funciona a Cubagem?
Como a média de carretas no Brasil ainda são de veículos muito antigos tem uma capacidade de transportar até 27.000 kg. A cubagem usual do mercado nacional é de 90 m3, sendo este um dos limitadores para o frete rodoviário, mais utilizado nas transações nacionais.
A origem da densidade do fator de 300 kg/m3 na cubagem, para o cálculo do frete dos gestores de transporte, vem dessa conta da capacidade de cubagem, ou seja, transportadores com carretas maiores comportam volumes também maiores e a densidade da capacidade de carregamento aumenta, fazendo assim um melhor aproveitamento do tamanho da carreta.
Para melhor atendimento da carga a ser transportada é necessário avaliar o peso do material por m3, sendo provável que a transportadora cobre o frete por peso (maior densidade) ou por cubagem (menor densidade). O seguro também é um valor relevante por conta do valor risco financeiro alto da carga, se tornando um limitador.
O ideal é que se faça um mix de produtos a serem transportados, onde se encha a carreta dentro do valor de cubagem de 300 kg/m3, garantindo a ocupação máxima do veículo. Parcerias com outros embarcadores que possuam cargas com baixa densidade pode ser uma boa estratégia a ser utilizada nesta composição, tentando manter o equilíbrio entre densidades de cargas diferenciadas que estabeleçam a capacidade máxima ideal do equipamento.
A composição de frete é dividida em 3 modalidades básicas de cargas:
=>COMPLETA (FECHADA) – é a contratação do caminhão do ponto A ao B, levando 27.000 kg de carga;
=>FRACIONADA – é a contratação de parte da capacidade do transportador, tendo um custo mais elevado;
=>EXPRESSA – utiliza o fator “tempo” porque o embarcador tem pressa e assim pagará um valor especial para cumprir seu prazo.
Não posso deixar de mencionar aqui neste artigo a diferença entre os conceitos de longa distância, que faz TRANSFERÊNCIAS e curta distância, que faz DISTRIBUIÇÃO (principalmente na chamada “última milha”).
MAIORES OFENSORES DO CUSTO DE TRANSPORTES
São aspectos que influenciam diretamente no custo da composição do frete ofertado aos embarcadores, á saber:
1)Distância => entre os pontos A e B quanto maior for a distância percorrida maior será o custo de transporte. Quanto menor for a distância menor também serão os custos variáveis, porém os custos fixos serão mais influenciados por outros fatores para serem diluídos.
2)Volume => quanto maior for o volume dos produtos transportados maior será o valor do frete pago. Principalmente levando-se em consideração a contratação de cargas tipo fechada ou fracionada, devido ao custo desta consolidação.
3)Densidade => levado sempre pelo valor cubagem que relaciona a fração entre o peso por m3, buscando sempre o caso ideal de 300 km/m3, refletirá no comportamento do custo do frete.
4)Acondicionamento => caso haja a necessidade de transportar um produto que exceda o tamanho do contêiner/carreta, certamente será cobrado um valor adicional e custos extras pelo excesso de carregamento.
5)Manuseio => cargas fáceis ou difíceis de manusear no momento de carregar e descarregar, tendo a necessidade de utilização de equipamentos especiais, a cobrança de taxas extras serão cobradas para este perfil de carga.
6)Responsabilidade => tem muito referência ao fator risco, havendo a necessidade de uma boa gestão da transportadora para mitigar esse risco, evitando informações privilegiadas no trajeto.
7)Mercado => significa que o custo do frete vai variar devido a oferta e a demanda entre dois pontos, ou seja, quando ocorre a variação no volume de trânsito dos veículos. Par uma região existe maior demanda com mais saída de veículos e para outra localidade a demanda é menor, havendo uma variação bem diferenciada por conta do fluxo de veículos.
DIFERENCIAÇÃO ENTRE CIF (COST, INSURANCE, FREIGHT) E FOB (FREE ON BOARD)
A origem dessas palavras vem dos INCOTERMS, que regulam o Comex na questão das responsabilidades de importação e exportação.
Quando se fala de contratação de frete CIF ou FOB não necessariamente se fala de uma operação de comercialização internacional, podendo ser também uma operação transacional local B2B dentro do Brasil.
FOB => enxerga o custo do transporte, ou seja, significa que o comprador vai até o embarcador buscar a mercadoria com responsabilidade pelo frete e o seguro da carga. Portanto, em caso de avaria a responsabilidade é do transportador e do contratante, não tendo o embarcador nada que ver com a situação.
CIF =>o custo do transporte já está inserido no valor total da NF, ou seja, neste caso o cliente quer receber a mercadoria no destino final sem envolvimento qualquer de contratação do transportador, seguro, etc, com todos os serviços incluídos. Todo o custo do seguro e do frete é do embarcador, portanto, o valor do frete aumenta.
Uma boa sugestão de organização do frete dentro da indústria que deve ser tomada pelos gestores de transporte é que o IN BOUND seja comprado pelo FOB e o OUT BOUND sejam vendido pelo CIF, para que assim tenham melhores resultados financeiros. Tendo o poder de negociação maior e com maiores barganhas nas contratações, na maioria dos casos os custos de frete são mais reduzidos e melhores otimizados.
FRETE PESO/FRETE VALOR/G.R.I.S.
Partindo do pressuposto que a contratação de um transportador para o embarque da mercadoria será enviada a tabela de preço do frete com todos os aspectos cobrados para serem contratadas as prestações de serviços.
Pela abordagem dessas generalidades no cálculo de frete temos:
1)Frete peso => quase 80% da contratação do frete está relacionado com o peso da mercadoria a ser embarcada, sendo assim uma derivação da origem e destino, assim como outras nuances (cubagem).
2)Frete valor (AD VALOREM) => este tipo de frete entra na modalidade CIF com toda a responsabilidade pela mercadoria ao longo do processo perante ao cliente. Podendo mensurar nesta modalidade o “tamanho” da apólice de seguro do transportador, ou seja, saber o que será ou não segurado para o transporte da mercadoria.
3)G.R.I.S. => refere-se ao Gerenciamento de Risco, ou seja, mercadorias que são muito assediadas para o roubo, será necessária a contratação de uma seguradora pela transportadora, que criará exigências de gestão de risco da mercadoria para evitar o sinistro (monitoramento do veículo, portaria blindada, etc).
Escrito por:
Carla Cristina de Almeira
https://www.linkedin.com/in/carlacristinadealmeidalogistica/